O esgotamento físico, psíquico e emocional, também conhecido como a Síndrome de Burnout foi incluído em 2019 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na Classificação Internacional de Doenças – CID. A exaustão extrema, provocada pelo excesso de trabalho, precisa ser observada e combatida de perto pela medicina ocupacional. Garantir a saúde e integridade dos profissionais não tange apenas a segurança e a integridade física, mas também, a todos os males e doenças psicossociais que atingem os colaboradores.
Uma pesquisa realizada pela Associação Internacional do Controle do Estresse (International Stress Management Association) mostrou que o Brasil é o segundo país do mundo com o maior nível de estresse no trabalho. De acordo com os dados do estudo, de cada 10 pessoas ativas, ao menos três sofrem com a chamada síndrome de Burnout.
O que é Burnout?
O Burnout é um distúrbio de saúde que ocorre pelo esgotamento físico, emocional e psíquico. A palavra no idioma inglês pode ser traduzida como “queimar por completo”.
O termo busca exemplificar o que acontece no corpo e na mente dos profissionais quando estes, graças ao estado de tensão e estresse crônico desenvolvidos em consequência a um ambiente de trabalho nocivo, chegam ao limite do cansaço e desgaste.
Esse distúrbio foi descrito pela primeira vez pelo médico e psicólogo alemão Herbert Freudenberger, que em 1974, diagnosticou a síndrome em si próprio. Entre os principais sintomas estão a sensação de extrema exaustão, que não melhora com períodos de descanso, e uma completa despersonalização do indivíduo, que passa a ser indiferente a coisas que antes lhe davam prazer. Cansaço agudo, irritabilidade, dificuldade de concentração, distúrbio de sono, dores musculares, alteração de humor e de memória também podem ser percebidas. Em casos mais graves, o paciente pode ter excesso de sudorese, taquicardia, náuseas, hipertensão, falta de ar e enxaqueca.
Como identificar e tratar as doenças psicossociais no ambiente de trabalho
Como o próprio nome indica as doenças psicossociais são distúrbios que atingem a saúde psicológica dos colaboradores. Elas comprometem o estado emocional e social das pessoas fazendo com estas percam sua capacidade de produzir e de se relacionar dentro e fora do ambiente profissional. Depressão, ansiedade, síndrome do pânico, síndrome de burnout, são alguns exemplos de enfermidades psicossociais.
Vale ressaltar que as doenças psicológicas são tão nocivas para os trabalhadores quantos aquelas que se manifestam de maneira mais direta no corpo. Portanto, é indispensável que a medicina ocupacional esteja atenta aos fatores de risco e trabalhe de maneira ativa para minimizar agentes causadores de estresse e proteger a saúde dos trabalhadores.
Acompanhando e combatendo os fatores de risco
Para que o responsável pela medicina do trabalho na sua empresa consiga lidar com o problema é fundamental observar cinco aspectos do ambiente de trabalho que são agentes de risco para saúde psíquica.
Volume de trabalho
O primeiro deles é o volume de trabalho. Quando um colaborador está sobrecarregado, acumulando funções e tarefas, entregando suas demandas sempre em cima do prazo ou de maneira atrasada é um indício de que ele está com um volume de trabalho excessivo. Assumir responsabilidades, para além da própria capacidade de desempenhá-las, é o primeiro gatilho para a exaustão extrema.
Carga horária
Em segundo lugar, mas ainda muito ligado ao primeiro indício, está a carga horária exagerada. Assumir horas extras todos os dias e trabalhar longos períodos sem intervalos é um dos fatores mais estressantes para a saúde psicológica. O cérebro, e o corpo, precisam de pausas e intervalos de descanso. Inclusive é muito saudável realizar intervalos ao longo do dia de trabalho. Tirar alguns minutos para respiração consciente, meditação, caminhada são maneiras de abrir espaços para que a mente descanse.
Inflexibilidade
Na sequência, a inflexibilidade da gestão e a pressão demasiada por resultados. A liderança, na busca por alcançar as metas da organização, algumas vezes, pode descontar nos trabalhadores a pressão para que a empresa alcance os resultados. Mas, é preciso aprender a diferença entre a cobrança que vai fazer o profissional entregar o seu melhor, daquela que coloca a pessoa para além de seus limites, oferecendo assim risco a saúde e integridade.
Falha na gestão
A falha na gestão é um dos aspectos mais nocivos para agravar os fatores de risco. A falta de empatia com os colaboradores não é o único erro que uma gestão pode cometer. Ambientes competitivos e tóxicos, onde os funcionários são impelidos a se tornarem rivais, ambientes de bullying e preconceito, ausência de liderança em situações de conflito, podem agravar um quadro de desmotivação. A falta de entusiasmo com o trabalho somada aos fatores anteriores são gatilhos rápidos para atenuar a crise psicológica.
Vida pessoal
Por fim, fatores da vida pessoal, que somados ao ambiente de trabalho tornam-se fontes de insatisfação e risco para saúde. Podemos citar as relações familiares e sociais, o luto, à percepção do indivíduo sobre si mesmo, a cobrança em outros aspectos da vida. Enfim, é importante ficar atento se as doenças psicossociais não iniciaram o gatilho fora da atividade laboral e se o trabalho não está contribuindo e alimentando esse quadro, por exemplo.
Desenvolvendo parâmetros de saúde ocupacional
Preocupar-se, verdadeiramente, com o colaborador é o primeiro passo para prevenir e combater as doenças psicológicas. As pessoas são o maior ativo dentro de uma organização, nesse sentido as empresas precisam valorizar e preservar a saúde de seus funcionários.
Fazer a gestão da saúde ocupacional é algo complexo que exige experiência e olhar clínico. O assunto precisa ser encarado com seriedade e não deve ser tratado meramente como uma obrigação legal. Para isso nada melhor do que contar com a consultoria da ASONET Ocupacional. A empresa, que tem mais de 25 anos no mercado de medicina do trabalho, cria e desenvolve parâmetros de saúde para as organizações de maneira personalizada. Quando o assunto é cuidar da saúde dos colaboradores nada melhor do que contar com a experiência daqueles que são pioneiros na área.
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Este artigo foi escrito por Juliana Colognesi